E-mail recebido ontem do
Murilo:
Caros Amigos,
Eu poderia “estar passando” aqueles horríveis e-mails alertando sobre vírus.
Eu poderia “estar dando” lição de bem viver em PPSs melosos com música do Charles Chaplin ao piano de Richard Clayderman.
Eu poderia “estar incluindo” vocês numa corrente que terminaria com ameaças psicopatas de maldição até a sua enésima geração.
Mas não, eu estou aqui solicitando que se alguém tiver notícia de um estúdio, ou pequeno apartamento para alugar me avise. Algo modesto, mas com espaço para ampla mesa de trabalho e estantes para meus livros. De fácil acesso para alunos e amigos nas proximidades da Avenida do Contorno evitando a região central onde estão o Elevado Castelo Branco, o ViadutoSarah Kubitschek, o Viaduto Hansen Araujo e o Viaduto Leste.
Pretendo mudar meu local de trabalho e levar junto meu travesseiro.
Qualquer informação será de grande auxílio e ninguém será acossado pelas sete pragas do Egito se não puder colaborar.
Um grande e fraterno abraço,
Murilo.
P.S. No final do filme “A Festa de Babett” ( Gabriel Axel, 1987) ela, Babett, justifica seu gesto e toda a história dizendo o seguinte:
“- No fundo do peito de todo artista só há um clamor: Deixem-me fazer o meu trabalho.”
E viva Isak Dinesen!
Pra quem conhece, esse email é a cara dele! E se alguém souber de algo, é só avisar.